terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Maria

É difícil diferenciar as cores das coisas
tão cinzas, tudo tão normal
as esperanças criadas, tão lindas
se perdem no infinito vazio da decepção

perfumes caros,
doces sorrisos
piranha domada sendo amada
por quem odeia peixe

beijos doces,
grande precipitação
ouvir declarações com um sorriso
mas um aperto no coração

E a mutualidade se faz presente
mas sempre mudando sua manifestação
o silêncio aumenta
e lágrimas escorrem para o chão

Tempo, tão sábio, tão jovem
sua mania de brincar com minhas vontades
sempre acaba destruindo a verdadeira intenção

São confusos os sentimentos
são confusas as intenções
pelo menos tenho a certeza que te amo
mas por quanto tempo irá durar essa situação?

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Dejavu

Deitar na praia deserta durante o dia, olhar fixamente para o céu azul sem nuvens e se perder no ciclo infinito. O que é o mar, o que é o céu? de onde vem o barulho das ondas, e porque as aves estão perdidas nesse espaço entre os 2 grandes vazios azuis?

Deitar num campo de vegetação rasteira durante a noite, olhar novamente para o céu, dessa vez perdido em um misto de brilhos e escuridão. seria o vento o sopro das estrelas que estão rogando por mim? seria esse frio na espinha causado pela estrela que está reluzindo ao meu lado? pelo brilho eterno da beleza natural que se materializou para mim?

Algumas vezes retornamos ao passado ao recebermos determinados estímulos, estímulos de saudade, estímulos de carinho. Outras, porem, vamos ao futuro, mesmo que de forma temporária. Cria-se expectativa, imagina-se um milhão de coisas.
A graça, é que no fim, mudam-se as pessoas, mudam-se as épocas, mas no fim a vontade, o desejo de permanecer sempre com uma pessoa é o mesmo. Tenho a teoria que o nosso amor não é pela pessoa, e sim por algo especial no interior da mesma. Com o tempo, vamos absorvendo isso, e quando a absorção se completa, é porque o tempo para aquele momento acabou. Foi guardado o necessário, e começa a jornada para a assimilação desse 'algo', ou o inicio de uma paixão nova por um novo 'algo'. Quando sofremos porque um relacionamento acabou, é porque essa pessoa absorveu tudo que podia de nós, mas não conseguimos ter tempo que absorver tudo que elas podiam nos oferecer, tornado a transferência um tanto incompleta.

No fim, não importa os romances, não importa as pessoas, sempre nos imaginaremos nos mesmos lugares, fazendo as mesmas coisas.

Pois o amor é nosso, e de mais ninguém

Ass: Pedro Cholodoski



quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

50 cent

Anteriormente, em dois textos diferentes, falei duas das frases que fazem parte da minha filosofia de vida. Uma era o fato de eu não acreditar no destino, e sim no acaso, que torna nossa vida um tanto mais interessante. A outra, que fiz num texto um tanto mais antigo, dizia que a amizade é como um equilíbrio químico. Fui percebendo como estava aprendendo a associar minha futura carreira as coisas da minha vida, fato que ocorre inevitavelmente quando gostamos do que fazemos( ou achamos que iremos fazer).

Enfim, o que isso tem a ver com o que quero falar hoje?

Bem, quero falar de um pouco de tudo. Estava eu hoje ouvindo música no Ônibus enquanto voltava para casa, e meu iPod caiu no chão. Quando o peguei, senti uma moeda do lado dele, e como eu estava sentado sozinho desde o início da viagem, a peguei para mim. Isso mostra como as coisas são puro acaso. Alguém perdeu a moeda por um descuido, e eu a achei. Curiosas são as coisas. No meu colégio, por exemplo, existe a história que que há ácido sulfúrico pelo chão, proveniente de algum estudante distraído que carregava um tubo de ensaio e o deixou cair. Mas e se algum fator o atrapalhou? E se houve algo que roubou sua atenção, mesmo que contra sua vontade?

Minha conclusão mais legal de hoje.

Estava eu vendo sobre como funcionamos, não só os meus, mas no geral, e vi que nós, seres humanos, quando se trata de relações, nós somos igual reagentes químicos. Temos nossa própria velocidade de reação, nossa própria energia de ativação para começarmos a gostar de alguém. E tudo que serve para química, serve para nós. A entropia é a desordem da nossa cabeça, normalmente causada pela quantidade de pensamentos(inúteis) que temos. E com o estresse, que nos deixa de cabeça quente, as coisas entram em choque maior, causando reações espontâneas que nem sempre são muito boas.
Nem sempre tudo que tem uma velocidade rápida tem um rendimento bom, nem tudo que vai lento terá que ter pouco resultado. Tudo irá depender dos reagentes orgânicos que respiram e sentem.
A entropia as vezes é tão grande, que os choques serão tão fortes, que os pensamentos irão se esvair, e as ações irão começar, as roupas se espalharem. E a energias ficam tão intensas, mas tão intensas, que teremos uma velocidade excelente para a fase lenta, para um prazer muitas vezes lento e apreciável na etapa rápida.

As relações entre as pessoas podem ser como ligações iônicas: belas, muitas vezes brilhantes, com alta resistência a fatores externos, mas altamente quebradiças.

E que o amor seja insolúvel na maldade que existe no mundo, de forma que ele sempre esteja precipitado na gente.

O acaso nos leva a reagir. Pode ser com extensão apreciável, mas rápido, ou bem demorado, rendendo a vida inteira. Mas reaja. Pois o acaso pode não acontecer duas vezes.

Assinado: Pedro Cholodoski

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

estação

Luz. Som. Água. Lágrimas. Carinho. Desespero. Insegurança. Felicidade.

Certas coisas, certos desejos, certas datas, todas criadas pelo ser humano, servem para impedir que todos caiam no ciclo da tristeza, e da falta de fé. Tudo na vida é dividida em ciclos pero mero intuito de tentar desculpar os nossos erros e justificar que foi a fase. Ou nossa estação, como quiser. Mas acho interessante separar as coisas pra entendermos a nós mesmos, e poder compensar com ações posteriores melhores, ou não.
E qual a necessidade da escolha de datas específicas pras pessoas provarem que amam umas as outras, ou simplesmente são hipócritas para não serem excluídos do grande circulo social que fazemos várias vezes, durante vários 12 meses, que irá culminar em uma só coisa: A morte.
Por que não existe verdade absoluta, falsidade total, simplesmente a morte.
E depois de 12 meses que podem ter sido sofridos, felizes, chorosos, cheios de vibrações boas, chegamos a um único dia onde milhões de pessoas que poderiam se odiar estão juntas numa casa, orla, restaurante fino, para ouvir uma barulhada de explosões seguidas de luzes lindas.

O ano novo foi planejado pra isso. Foi planejado para começar um novo ciclo, tentar fazer com que as pessoa expulsem seus problemas, e que eles possam explodir com os fogos, aumentando a intensidade das cores, fazendo o barulho maior.
É o momento que mesmo pessoas que se odeiam deixem de sentir isso, deixem tudo de lado para se amar, e sentir tudo que deveriam sentir pela vida.
E que as luzes possam nos ajudar a entender, que as lágrimas possam purificar, que a hipocrisia das festas coletivas acabem, e que tudo possa ocorrer no seu sentido natural, sem a triste alteração causada pela burrice que nós temos.

Pena que dura pouco.