quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Regressivo

Pequeno. Pequeno está o nível da verdade, pequeno está a vontade de acreditar, pequena está a vontade de viver.
Grande está a hipocrisia, os falsos amores e a simples vontade de sobreviver, que está no maior patamar possível.
Quente está a estação, belo está o mar. Mas cadê a frescor e o calor de seus braços quando eu precisei, e mesmo agora, onde estão, quando quero marca-los com toda a tristeza que sinto?
Mais uma vez, você irá se aproximar de mim, criará mais expectativas, irá me trazer de volta a bela cor morena que as olheiras tomaram, e a clareza dos meus olhos, tomada pela irritação das lágrimas, tentando expulsar a tristeza de mim.

Mais uma vez todo seu medo, toda insegurança, todo seu desespero em manter sua alma longe de outra, se manter na pureza de espírito se provará inútil, e toda minha tentativa de ajuda se mostrará dispensável, já que nada deu certo, nunca dará.
E sempre que eu correr pela areia jogando ela para o lado igual a uma criança, irei lembrar da forma que você estava inexpressivo lendo, sentindo as ondas em seus pés, enquanto eu esperava o por-do-sol chegar, mas as simplórias nuvens cinzas já permitiam tudo.

Mais uma vez me provo idiota em pensar em você, enquanto tenho problemas maiores, problemas que podem me tocar, que podem me ofender, que só aumentam minhas olheiras estão presentes na minha frente.

Você prova que sua simples presença fantasmagórica me traz lembranças. Do que adianta pedir tempo para relaxar se você ainda pode de alguma forma me ver, e eu te ver?
Estou cansado desse pseudo conto de fadas onde você é o vilão e vítima, enquanto eu estou sendo um espectador fascinado que sofre por ti.

Queria que caísse uma maça no meio do nosso caminho.
Pois o único herói será essa pobre maça, que sumirá com tudo.
E cuspirei a semente no teu olho, te fazendo chorar tudo que chorei.

Vadia.

Ass: Pedro Cholodoski

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Revival

Chuva. Para mim, a maior manifestação da insatisfação da natureza conosco. E a maior prova de que ela está nos dando uma segunda chance.

Imagino que a chuva seja a forma que a natureza encontra de mostrar sua emoção presa. Tanto a felicidade, quanto a tristeza. ultimamente, creio eu, seja a forma que ela tem de demonstrar que está triste com a forma que o ser humano age. Não, não estou falando do efeito estufa e relacionados, mas sim com relação ao seu amor ao próximo e a si mesmo.
Somos movidos pelos sentimentos, e querendo ou não, pelo desejo mesquinho de querer ser feliz. Nossos desejos mais profundos são a prova disso. Mas eles não se manifestam, e nós sofremos.

Na realidade, ele se manifesta, principalmente enquanto somos crianças e adolescentes, enquanto nossa alma ainda está com seu propósito natural, que é viver em harmonia com o mundo, ou pelo menos é o que é esperado. Contudo, conforme vamos crescendo, a necessidade mórbida do encaixe na sociedade se torna mais forte, a impossibilidade da fuga das responsabilidades que não foram criadas para nós aumenta, e somos forçados e ir abandonado nossas verdadeiras vontades aos poucos. E infelizmente, é o que faz nosso mundo girar.

De forma insatisfatória, é claro.

Não, não estou falando que as pessoas deveriam parar de se tornar meros marionetes da obrigação, se tornando pessoas cansadas e rancorosas, por que se todos estivessem felizes com a forma que vivem, acho que ainda estaríamos escondidos numa caverna acendendo uma fogueira batendo pedras. Mas acho que as pessoas não deveriam esquecer as pessoas vivas que foram um dia, nem os desejos mais íntimos.

Acho que o ser humano deveria se lembrar de amar, deveria se lembrar que somos a criação mais complexa da natureza, e que isso nos torna transmissores do conhecimento, mas não devemos sucumbir a ele.Ao mesmo tempo, somos a criação que mais desaponta a mãe natureza, pois nossa racionalidade nos torna maus, nos torna terríveis. Você pode achar que um lobo é um ser mal, que mata por prazer, mas ele simplesmente está fazendo a função que a natureza deu a ele, que é comer. Acho que o mundo consegue sobreviver sem nós, mas nós não conseguimos sobreviver sem o mundo.

Meu desejo mais sincero será compartilhado com vocês
Meu desejo é abandonar. Meu desejo é ir embora. Deixar meu passado, meu presente, e viver num futuro incerto. Caminhar por ai com uma mochila nas costas, conhecer o mundo, fazer amizades pelo caminho, ser roubado talvez, ter relacionamentos de uma noite, sexo em alguns momentos em lugares um tanto diferentes, subir na copa de uma árvore alta e ver o sumiço do sol. Quem sabe ligar para as pessoas que uma vez foram importantes para mim, pois irei chorar pela falta delas todos os dias. E tudo isso, se algo me permitir, com um sorriso no rosto.

Amar é bom quando a gente não sofre. Quando a gente sofre, é doença.

Agora vocês me perguntam, por que eu estou falando da chuva se fugi do assunto.
A chuva que cai hoje em dia simboliza não só a natureza, como nossos próprios sentimentos, que estão indo embora se encontrar com quem os inventou. E cada vez que a chuva cai, é uma nova chance que temos para poder reaver nossas vontades, nossos sentimentos, e é ótimo tomar banho de chuva por isso.

Mas as pessoas tem medo da gripe, ao invés de ter medo de morrerem por dentro.


Ass:Pedro Cholodoski

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Gus-di-bai

Bem, primeiramente gostaria de agradecer e pedir desculpas aos meus queridos professores, por eu não prestar atenção na aula deles e ficar cheio de filosofia pessoal na cabeça. Mas acho que o maior aprendizado que existe é o da nossa vida, e que o resto, podemos ser auto didatas, principalmente minhas matérias especificas. E por que físico-química e inorgânica são matérias ótimas para refletir na minha opinião.

Amo o que existe dentro de nós, e não a casca superficial que mostramos ao mundo, pura consequência da forma que o mundo age conosco, e nos trancafia em gaiolas.
Os que tem medo, os que não tem o pé firme para ficar forte e colocar a cara a tapa para o mundo vão se afogando na própria frustração, e se tornando uma pessoa medíocre. Não que medíocre seja uma ofensa, pois é uma característica média. Mas creio que no interior da pessoa, existe uma verdadeira alma ansiosa para sair.
Acho muito interessante quando uma pessoa cria a outra sob um certo padrão para ter direito de se orgulhar e dizer que em seu meio não existe erro, que tudo é belo, quando bem debaixo do nariz está sendo criada a semente do pecado.
É entediante ver pelos olhos de uma pessoa que está sempre recebendo carinho dos outros, mas nunca retribuindo, pois ela nunca será completa. Quando você absorve demais as coisas dos outros, uma hora você tem que descarregar, e não importa como, mas uma hora isso tudo irá ser drenado de volta para a natureza, e ela sofrerá o que fez os outros sofrerem.

Não irei desistir da minha vida, não irei sucumbir ao que querem que eu faça.
Sou o dono do meu coração, sou aquele que deixa as marcas na areia, não irei perder

Não adianta acreditar no destino e na justiça, e sim no acaso que proporcionamos às nossas vidas.
Mas somos cruéis, não com os outros, mas com nossa essência, destruindo a esperança do mesmo se libertar, caindo no abismo da decepção.

Não deixe o mundo girar rápido enquanto o tempo passa devagar para você. Viva como se o tempo corresse, e que você tenha que provar seu motivo de existir.

Não devemos tentar ensinar ao passado como imitar o futuro, e sim ao futuro como aprender com o passado

Não desperdice as chances de expor seu verdadeiro animal, pois uma hora tudo chega ao fim. E no fim, sempre sentiremos saudade do que deveria ter sido, mas por medo não foi, e nunca poderá ser.
Nunca adiantará ficar resmungando sobre como as coisas poderiam ter sido, como poderíamos voltar no tempo e dizer a nós mesmo para não fazer determinadas coisas.
E quando o arrependimento vier, será a dor de uma morte.
A morte de uma ligação, de um alguém, de eu e você.

Não se esqueça, nunca, de quem quis te libertar.
Não se esqueça, nunca, de um beijo dado com amor.
Lembre-se, sempre, de quem você é.


Ass: Pedro Arthur Cholodoski






sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Egoismo

Observo tudo que tenho falado e escrito, e percebo como sou um burro. Sou tão burro e egocêntrico a ponto de não conseguir escrever nada que não seja sobre minha vida, que tenha teor relacionado a minha dor e a quem a faz. Percebo que não consigo escrever direito sobre o mundo lá fora, sobre como as coisas mudam, sobre o fato da lua estar mais amarela, sobre o fato do campo estar acabando, de como a cidade mudou.

Não consigo discorrer sobre aqueles que arriscam a própria vida pelo bel prazer de se arriscar, por viver a felicidade em atos simples que podem ser tão diferentes para aqueles com visão de mundo limitada demais, pois é tudo tão amável que o ódio estúpido dessas pessoas não permitiriam ver as coisas.

Quem nunca sonhou em ter uma noite infinita? Quem nunca desejou poder não deixar os braços daquele que ama? Ou deixar que um corpo estranho se envolva com o seu, deixando o simples prazer fazer com que esqueça tudo que o espera do lado de fora do orgasmo? Nem que seja por poucos minutos em um canto escuro, ou por horas numa bela cama aconchegante

Quem não quer ser feliz? Quem quer viver só? Por algum 'folgaz' momento vocês perceberam como sou egoísta em demonstrar meu medos para vocês, e querer que vocês me amem e me compreendam, quando ninguém tem a obrigação disso?

Gosto de dançar até não aguentar mais, gosto de me mover até que meus quadris doam pelo simples fato de eu estar respirando, amo poder chorar quando bebo, pois é quando meu coração bota tudo para fora, me amarro em tomar banho de chuva, mesmo sabendo que irei ficar gripado.

E cada um faz o que ama, pois não existe nada melhor do que a auto-satisfação, até por que né, isso é a unica coisa que fazemos ''sozinhos''. (Sim, eu me referi a masturbação tambem, ok gente?)

É lindo fazer as coisas em conjunto. Ninguem fode sozinho, ninguém se abraça, ninguém se beija, o amor não nasce pelo simples intuito de querer esperar por alguém. É lindo poder caminhar pela areia da praia da noite olhando para o mar, vendo como a lua é enorme, e lhe é tentadora como uma droga mortal. Alias, todas as coisas belas da vida são drogas, por que coisa ruim ninguém vicia, só lamenta por existir.

Ninguem consegue viver só, e todos sabem que o caminho para a paz é aceitar o egoísmo dos outros, pois não existe nada mais egoísta do que pegar para si o que é dos outros e poder guardar pra sempre.
Afinal, o amor é roubar os sentimentos dos outros, e tê-los para você.

Só os guarde bem, pois senão oops... eles podem fugir.

Ass: Pedro Arthur Cholodoski