domingo, 4 de agosto de 2013

Poema do fim

o que você gostaria de me dizer
posso ver em seus olhos, ou bem
como eu imagino que seus olhos são
que a dor neles está mais forte que nos seus tapas

vejo no seu sorriso, ou sabe
no que imagino que seja o delineio de seus lábios
o sangue escorrer até o queixo
acho que arrebatei mais pedaços do que se pode regenerar

a doença que me permite o toque
esquizofrênico, amavel
e o libido infernal,
que não dá mais prazer ao gozar

e a imaginação que me permite gritar
amar
cortar
matar
de prazer

mas agora, diga você
o que pensa de mim? o que doi em ti?
doi a minha alma de não estar colado a você
mas te doí não ter o que amar

será que a dor é estável?
ou apenas mais algum sintoma?
a doença, qual é, moreno?
diga logo, não quero morrer
morrer de você.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

catavento

Vai chegar o tempo, catavento
onde pecados, tão densos
irão afundar
ar

Ser, tão puro, não mais humano
flutuará, tão nobre e exigente
irá fugir da sujeira
fica doente por falta de vivencia

Sabe, catavento
quais ares te fazem girar?
se acostuma ao ar sujo
mantem os pés no chão

Sabe, catavento
você só tem furos
para mexer em uma direção
largue sua base, para virar em círculos
mas ir até onde quiser

E sabe, catavento
não vá para o céu
fique onde foi criado
seja sujo e da terra, ou não te soprarei

Fique fincado na terra,
mas não se prenda ao chão

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Correios

Pena e lápis, caneta ou sangue
creio que não posso me permitir a ter muitas folhas
rascunhos me fazem sentir leviano
acho coisas sem padrão mais bonitas, fujo de linhas retas

Quando eramos pequenos dava gosto
trocar, autografar, beijar e sorrir
tire o adesivo que prende minha verdade
ou apenas tenha fé de que não são mentiras bem vestidas

Posso escrever da vida, de como as aves brincam no ar
contos sobre tudo que existe ao redor de um campo de flores
mas papel é caro e tinha me falta para conseguir transbordar
tragedias e romances de dobras de páginas

E não há quem entregue as coisas para você
simplesmente veem as estrelas e seguem seu rumo
destinatários são bobeira quando conhece o que se deseja

Creio que talvez a ponta do meu lápis falhe ao tentar
Ou simplesmente eu não seja trabalhado nesse conceito para escrever
mas todas as cartas possíveis de amor, são pra você

Assinado: Pedro Arthur Cholodoski

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

chorinho

Eu lhe trouxe para conhecer minha cidade
Cidade do caos, cidade de gente humana
Você trouxe consigo uma folia
uma festa para a rua toda comentar

sorrindo dentro da torrente de confete
e vou correndo atrás da serpentina
disputando qual é mais leve ao vagar por aí
grandes trios onde somos pequenos foliões

muitas direções a seguir
e por vezes só drogas podem me dividir em três
pondero sentar na minha janela,
unica droga que posso usar

Agora esperar da esquina sua bateria virar,
anunciar a chegada da folia para mim
ó marchinhas aqui, ó brados íntimos ali
não existe verso para descrever a o ritmo que meu coração brinca ao bater pra você

hora da bateria parar de tocar
quarta feira de cinzas chegou
espere pois daqui um ano o trio está para voltar
ou fique para meu chorinho,
para você sempre estarei pronto para me apresentar


Ass: Pedro Arthur Cholodoski


terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Marinheiros de Carnaval

Pulos e serpentinas
plumas e chapéus
falsos marinheiros em barcos de papel

Folia da carne, carne de folia
o cheiro da cachaça barata no seu hálito
beijo quente que fácil embebedaria
mas meu controle está girando como uma saia de alegoria

corre corre, corre atrás do trio
trio que carrega meus amores
e que me vale fazer esquecer a dor dos pés
roubo parte da sua fantasia, porpurina minha

E você, só você, me cria uma folia
um baile inteiro, samba que parte do cheiro do seu pescoço
Me deixe comandar seu barco de papel
tem até quarta para ele afundar

Ass: Pedro Arthur Cholodoski

sábado, 5 de janeiro de 2013

beijos e pontas

Soprar o sopro das flores
sopro de um tanto de você no meu pescoço
e constantes amassos nos campos floridos onde seu corpo rola
E o perfume das flores são apenas complementos desta narração

Posso descansar? amassar flores com você?
meu ócio pode ser você? e te beijar um pouco, tentar ocupar
por fim, creio que iriamos nos cansar mais do que a intenção
Pétalas sendo o cobertor de nosso corpo inteiro

Que tal trocar tudo isso por um beijo na ponta do nariz?
Posso tentar convencer você a gostar de tudo?
É arrumar apenas um pequeno consentimento
E é um pouco assim se sentir amado, ou tudo.

Você escolhe

Ass: Pedro Cholodoski