domingo, 4 de agosto de 2013

Poema do fim

o que você gostaria de me dizer
posso ver em seus olhos, ou bem
como eu imagino que seus olhos são
que a dor neles está mais forte que nos seus tapas

vejo no seu sorriso, ou sabe
no que imagino que seja o delineio de seus lábios
o sangue escorrer até o queixo
acho que arrebatei mais pedaços do que se pode regenerar

a doença que me permite o toque
esquizofrênico, amavel
e o libido infernal,
que não dá mais prazer ao gozar

e a imaginação que me permite gritar
amar
cortar
matar
de prazer

mas agora, diga você
o que pensa de mim? o que doi em ti?
doi a minha alma de não estar colado a você
mas te doí não ter o que amar

será que a dor é estável?
ou apenas mais algum sintoma?
a doença, qual é, moreno?
diga logo, não quero morrer
morrer de você.

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