O tempo está nublado. Ele sempre está nublado quando preciso. Não sei se é ironia, mas acho que ele fecha quando preciso ver o que ele está escondendo. Acho que as pessoas são assim: sempre acabam escondendo os tesouros que elas podem mostrar e por vezes oferecer ao nosso Reino.
Você se importaria de sentar comigo e ouvir minhas palavras? Talvez pela primeira vez, talvez pela segunda, talvez seja apenas um convite perdido, mas você gostaria de sentar? Ou deitar, a areia existe pra isso. Tem meu colo caso queira usar dele para um melhor conforto enquanto conto minha história.
Que tal uma troca? Você mostra suas jóias, e eu mostro as minhas, está bom pra você? Acho uma troca um tanto injusta, visto que é tão simples atravessar o que as minhas nuvens tentam esconder, acho que minhas tentativas de bloqueio são como chuvas de veraneio: rápidas, por vezes cruéis, mas rapidamente expõem o céu.
Sem mais rodeios, quero que você olhe para o céu. Permita que por um momento, eu seja seu guia, como eu gostaria de ser. Da última vez que estivemos olhando pra cima, por cima das coisas que nós podemos mostrar, estava tudo nublado. Dessa vez, espero eu, e caso vossa imaginação permita, o céu estará estrelado, muito estrelado, como naquelas belas cidades de interior ou aquelas praias pouco iluminadas, mas é apenas imaginação, então seja fértil na cabeça, assim como sou no coração.
Levante suas mãos, bote ela em um plano principal, e as estrelas e constelações como um belo plano de fundo para a montagem. Imagine um belo ponto no centro da sua mão. Para cada dedo que você tem, é um caminho a ser tomado. Qual você escolhe? pode ser qualquer um, pois no exemplo que estou usando ele irá ser fechado. Ai você tem duas opções: tentar continuar a usar este dedo ou mudar pra outro. Novamente, como sou o comandante desta história, direi que você irá insistir no dedo, e isso te deixará mal e cansado. Mas depois deste sofrimento, você tem duas opções: voltar para o centro e escolher outro caminho, ou desistir. Supondo que você quer continuar a jornada pela sua pequena mão, iremos para outro dedo, dedo que não irá contrair e se fechar pra você, e sim chegar até a ponta, onde poderá ver tudo. Isso foi um acerto, certo? Depois que você chegou ali, aprendeu e quer aprender mais, ou seja, irá migrar para outro dedo.. e por ai vai. Não quero prolongar isso, então irei direto ao ponto. Após passar por todos os outros dedos, você quer voltar ao dedo que se fechou pra você. Se ele se abrir, você terá concluído tudo. Se ele não quiser abrir, verá que isto é algo que nem seu conhecimento mais profundo irá entender, mas por sorte você conseguiu. Sua mão está totalmente aberta e explorada. Você sabe a maioria dos caminhos básicos e seus ensinamentos. Agora, meu amor, retire sua mão e olhe tudo que há atrás. Agora que você tem o básico, todas as estrelas, todo o céu, tudo é seu pra ser explorado. Todas as diversas combinações, todas as diversas luzes, tudo está para seu prazer e entendimento.
O que quis dizer com tudo isso? Por vezes, meu amor, acho que o seu entendimento tem que ser superior às minhas palavras. Está gostando das palavras? Fui chato para você novamente? Sou nada mais nem nada menos que um dedo, uma parte básica do seu universo, que você quis fechar. Será, meu jovem acompanhante, que você está vendo o brilho das estrelas nos meus olhos como eu consegui ver nos seus, mesmo que você não se permita acreditar?
Acho que essa história ficou meio louca e sem sentido, mas se isto é novo para você, para mim já é comum esta insanidade que você me causa o tempo inteiro. Acho que você poderia deixar eu brincar um pouco de contar as estrelas do seu céu, quem sabe?
Pois no fundo, o céu que te ilumina é o mesmo que me ilumina, apesar de tudo, você percebe?
Isto não é uma literatura amorosa. Isto não é uma música amorosa. Ou será que sim?
Será que poderei te entender? Ainda tem areia em mim, e se você encostar em mim, poderá te sujar.. mas eu gostaria que você não ligasse para esse detalhe.
Pedro Arthur Cholodoski
sábado, 28 de julho de 2012
quarta-feira, 18 de julho de 2012
Maré
1 2 3 testando o som do mar.
Queria eu trocar a maioria dos barulhos presentes na minha vida por barulho de mar. É inconstante, repetitivo, varia de volume sem o uso de aparelhos e relaxa a alma. E também, querendo ou não, é a trilha sonora eterna dos meus momentos românticos, que se tornaram momentos de despedida.
Tudo isso é engraçado porque toda vez que vou com alguém especial na praia, é meio que um sinal de despedida. Acho que o mar, em toda sua graça, usa sua música encantadora pra registrar meu momento e guarda-lo pra sempre em cada quebra de onda. Acho que ele pode fazer parte do meu julgamento, sendo juiz, jurado ou testemunha, tanto de defesa como de ataque.
Nosso julgamento pras coisas, tanto nossas quanto alheias, é sempre danificado, e nossos únicos juízes sinceros somos nós mesmos. Quando fazemos algo, somente nós sabemos o verdadeiro motivo para a ação ocorrida. Mas, querendo ou não, sempre somos julgados ou julgaremos as coisas. Seja condenando, ou seja aprovando. Mas ninguém pode ser juiz de ninguém, pelos conceitos e preconceitos, paixão, carinho e ódio que sentimos. Sempre alguém virá com ''ele é uma ótima pessoa, nunca faria isso com ninguém, eu o conheço a anos'' e alguém com ''esse ai é um filha da puta cretino, merece umas boas porradas''. A lei, a moral e os princípios são estudados para tentarmos ter a capacidade de criar um padrão de julgamento, mas e quando os próprios crimes são permitidos dentro deste padrão, mas ocorre um julgamento? Não é possível fugir disto enquanto houver o quesito coletivo de pensamento e culpa. Chegamos, então, no julgamento do mar.
uma certa vez, fui com 3 pessoas passear na praia em um fim de tarde, e mandei sentarmos na areia pra ver o surgimento da noite. Lá, mandei fecharem os olhos e prestarem atenção no que ouviam. Era incrível, pois se olhássemos para frente e esquecêssemos que havia uma cidade atrás de nós, ouviríamos somente o barulho do mar e som das nossas vozes.
Enfim, o barulho do mar vem e vai, assim como a abstração dos pensamentos. conforme começa o embaralhamento das coisas, podemos ir percebendo as verdadeiras motivações, os verdadeiros desejos e tudo que nos fez agir de certa forma, seja ela certa ou errada. Só o próprio réu pode sofrer o julgamento, cujo juiz é si mesmo, pois ele se conhece com perfeição a ponto de conhecer seus crimes e milagres. Abra o jogo pra si mesmo, não esconda as verdades que você sente por trás de pretextos, contextos e compaixão própria, pois assim o caminho pra auto-condenação é inevitável.
Uma vez eu disse: ''No fim, não importa os romances, não importa as pessoas, sempre nos imaginaremos nos mesmos lugares, fazendo as mesmas coisas.''
E acho que nesses lugares, eu consigo selar tudo de bom, e enquanto houver a música deste artista sem fim, qualquer julgamento e qualquer memória será verdadeira. Tanto para mim, quanto para terceiros.Mas acho que o mar fica de ressaca pra jogar pro alto as coisas. Só isso a dizer. E cabe a vocês entenderem, interpretarem e absorverem. Não forçarei ninguém a ser especialista em ocultismo e liberdade poética
Assinado: Pedro Arthur Cholodoski
Queria eu trocar a maioria dos barulhos presentes na minha vida por barulho de mar. É inconstante, repetitivo, varia de volume sem o uso de aparelhos e relaxa a alma. E também, querendo ou não, é a trilha sonora eterna dos meus momentos românticos, que se tornaram momentos de despedida.
Tudo isso é engraçado porque toda vez que vou com alguém especial na praia, é meio que um sinal de despedida. Acho que o mar, em toda sua graça, usa sua música encantadora pra registrar meu momento e guarda-lo pra sempre em cada quebra de onda. Acho que ele pode fazer parte do meu julgamento, sendo juiz, jurado ou testemunha, tanto de defesa como de ataque.
Nosso julgamento pras coisas, tanto nossas quanto alheias, é sempre danificado, e nossos únicos juízes sinceros somos nós mesmos. Quando fazemos algo, somente nós sabemos o verdadeiro motivo para a ação ocorrida. Mas, querendo ou não, sempre somos julgados ou julgaremos as coisas. Seja condenando, ou seja aprovando. Mas ninguém pode ser juiz de ninguém, pelos conceitos e preconceitos, paixão, carinho e ódio que sentimos. Sempre alguém virá com ''ele é uma ótima pessoa, nunca faria isso com ninguém, eu o conheço a anos'' e alguém com ''esse ai é um filha da puta cretino, merece umas boas porradas''. A lei, a moral e os princípios são estudados para tentarmos ter a capacidade de criar um padrão de julgamento, mas e quando os próprios crimes são permitidos dentro deste padrão, mas ocorre um julgamento? Não é possível fugir disto enquanto houver o quesito coletivo de pensamento e culpa. Chegamos, então, no julgamento do mar.
uma certa vez, fui com 3 pessoas passear na praia em um fim de tarde, e mandei sentarmos na areia pra ver o surgimento da noite. Lá, mandei fecharem os olhos e prestarem atenção no que ouviam. Era incrível, pois se olhássemos para frente e esquecêssemos que havia uma cidade atrás de nós, ouviríamos somente o barulho do mar e som das nossas vozes.
Enfim, o barulho do mar vem e vai, assim como a abstração dos pensamentos. conforme começa o embaralhamento das coisas, podemos ir percebendo as verdadeiras motivações, os verdadeiros desejos e tudo que nos fez agir de certa forma, seja ela certa ou errada. Só o próprio réu pode sofrer o julgamento, cujo juiz é si mesmo, pois ele se conhece com perfeição a ponto de conhecer seus crimes e milagres. Abra o jogo pra si mesmo, não esconda as verdades que você sente por trás de pretextos, contextos e compaixão própria, pois assim o caminho pra auto-condenação é inevitável.
Uma vez eu disse: ''No fim, não importa os romances, não importa as pessoas, sempre nos imaginaremos nos mesmos lugares, fazendo as mesmas coisas.''
E acho que nesses lugares, eu consigo selar tudo de bom, e enquanto houver a música deste artista sem fim, qualquer julgamento e qualquer memória será verdadeira. Tanto para mim, quanto para terceiros.Mas acho que o mar fica de ressaca pra jogar pro alto as coisas. Só isso a dizer. E cabe a vocês entenderem, interpretarem e absorverem. Não forçarei ninguém a ser especialista em ocultismo e liberdade poética
Assinado: Pedro Arthur Cholodoski
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